🔻 Alcolumbre bate o martelo: impeachment de Moraes não vai para o jogo, apesar da pressão da família Bolsonaro

Quem é Davi Alcolumbre, eleito presidente do Senado | GZH

Apesar da pressão intensa da família Bolsonaro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), decidiu não pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A cobrança, feita nos últimos dias por Eduardo e Flávio Bolsonaro, não deve surtir efeito — nem no Senado, nem na Câmara dos Deputados.

A família do ex-presidente tenta emplacar duas agendas principais no Congresso: o impeachment de ministros do STF e a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Mas enfrenta resistência das cúpulas das duas Casas Legislativas. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Alcolumbre vêm evitando dar palco às provocações públicas.

Em entrevistas recentes, Flávio Bolsonaro afirmou que Alcolumbre tem “obrigação” de dar andamento aos pedidos de impeachment de Moraes, apontado como o principal adversário político do bolsonarismo devido à sua atuação nas investigações contra Jair Bolsonaro e aliados. Já Eduardo Bolsonaro insinuou que Alcolumbre e Motta podem ser alvos de sanções internacionais, a exemplo de ministros do STF que tiveram vistos suspensos pelos Estados Unidos.

O silêncio de Alcolumbre, porém, foi estratégico. A aliados, o senador afirmou que abrir um processo de impeachment contra um ministro do Supremo, num ambiente político polarizado, “só traria mais conflito” e “não é a solução para o país”. A postura dele, inclusive, é a mesma desde o início do ano legislativo.

Atualmente, há 62 pedidos de impeachment de ministros do STF parados no Senado — 28 deles contra Alexandre de Moraes. Outros 17 são contra o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Há ainda petições contra Gilmar Mendes (6), Dias Toffoli e Cármen Lúcia (3 cada), Flávio Dino e Edson Fachin (2 cada), além de Luiz Fux, que possui um pedido na esteira de sua divergência em relação ao uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro.

Na Câmara, Hugo Motta também frustrou os planos bolsonaristas ao não autorizar a instalação de comissões durante o recesso parlamentar. Ele tampouco sinalizou que pretende colocar em pauta a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro — tema que encontra forte resistência fora da base bolsonarista.

Enquanto isso, a tensão entre os Poderes segue latente. E, diante da postura de Alcolumbre, os planos da família Bolsonaro para reagir à ofensiva judicial contra seus membros parecem cada vez mais isolados.

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