Acusados pela morte de jogador pernambucano no Acre irão a júri popular após confusão com gesto de facção criminosa
Os três acusados pelo assassinato do jogador pernambucano Thiago Oseas Tavares da Silva, de 18 anos, enfrentarão júri popular no Acre. Thiago foi morto em 31 de março deste ano, em Rio Branco, após publicar uma foto com um gesto de “amor e paz”, possivelmente interpretado como sinal de uma facção criminosa local.
O Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) determinou que Andrey Borges Melo, Darcifran de Moraes Eduino Júnior e Kauã Cristyan Almeida Nascimento, suspeitos do crime, continuem em prisão preventiva por pelo menos mais 90 dias. Ainda não há data definida para o júri, segundo o G1 Acre.
A 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco embasou a decisão em depoimentos coletados durante audiência de instrução, realizada em 8 de outubro. Segundo os relatos, o crime foi motivado pela rivalidade entre facções, em que os acusados, integrantes do grupo “Bonde dos Treze”, acreditavam que Thiago estaria ligado à organização rival Comando Vermelho.
O trio responde por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante emboscada, além de constrangimento ilegal, corrupção de menores e associação com organização criminosa.
O sonho interrompido de Thiago
Thiago, que estava no Acre há apenas duas semanas, participaria do Campeonato Acreano Sub-20 pelo Santa Cruz-AC e estava alojado com outros jogadores. Durante uma festa de aniversário, criminosos invadiram o local, revistaram o celular do jogador e encontraram a imagem do gesto, que teria sido interpretado como ligação com a facção rival. O jovem foi então levado para uma rua próxima e baleado, morrendo no local.
Após o crime, quatro adultos foram presos e três adolescentes apreendidos.
Thiago começou sua carreira no Náutico aos 7 anos, passando também pelas escolinhas do Santa Cruz e Sport. O corpo do atleta chegou ao Recife em 2 de abril para ser sepultado.