Agricultores dizem que Governo Federal inflacionou o preço do arroz
No início deste mês, após as chuvas devastadoras no Rio Grande do Sul, o Governo Federal anunciou medidas para lidar com possíveis impactos na produção de arroz. Ele mencionou a possibilidade de importação do produto para compensar os atrasos na colheita. O governo, em resposta, decidiu zerar a alíquota de importação para países fora do Mercosul e adquirir um milhão de toneladas do cereal.
Essas notícias provocaram um aumento na demanda e consequentemente elevaram os preços do arroz nos supermercados. Domingos Velho, vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), discorda da preocupação com um possível desabastecimento, afirmando que a maior parte da safra já havia sido colhida antes das enchentes. Ele destaca que, apesar dos danos, a produção total deve se equiparar à do ano anterior.
Para Velho, a redução das tarifas de importação prejudicará os produtores locais, beneficiando os intermediários com preços mais baixos, sem necessariamente refletir em uma redução dos preços para o consumidor final.
Paulo Ricardo Dias, outro vice-presidente da Farsul, critica a postura do governo, argumentando que suas ações levaram a uma confusão no mercado e contribuíram para a inflação dos preços. Ele considera o anúncio governamental precipitado e desprovido de fundamentos sólidos.
Tanto a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul quanto o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz afirmam que a safra local é suficiente para atender à demanda nacional, mesmo considerando as perdas causadas pelas chuvas.