Avaliação negativa de Haddad dispara e atinge 58% no mercado financeiro

Pesquisa aponta perda de credibilidade do ministro da Fazenda; apenas 10% aprovam sua gestão

A percepção do mercado financeiro sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sofreu um forte abalo nos últimos três meses. Segundo a mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (19), a avaliação negativa do ministro saltou de 24% em dezembro para 58% em março. Ao mesmo tempo, a aprovação despencou de 41% para apenas 10%.

O levantamento foi realizado entre os dias 12 e 17 de março, por meio de questionários online, com 106 representantes de fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro, incluindo gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão. A margem de erro é de 3,4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Haddad perde força dentro do governo

Além da crescente desaprovação, 85% dos entrevistados acreditam que Haddad perdeu força dentro do governo, um aumento significativo em relação aos 61% que já percebiam esse enfraquecimento em dezembro. Apenas 14% avaliam que sua influência permanece inalterada, enquanto apenas 1% acredita que ele ganhou poder.

Outro dado alarmante é que apenas 5% dos entrevistados consideram Haddad como o principal responsável pela condução da política econômica do governo. Para 92% do mercado, Lula é quem realmente determina os rumos da economia.

Avaliação do governo Lula também é negativa

O pessimismo do mercado financeiro não se restringe apenas a Haddad. A pesquisa mostra que 88% dos entrevistados consideram a gestão de Lula negativa, enquanto apenas 4% avaliam como positiva e 8% como regular. Entre os principais fatores que impulsionam essa percepção estão:

  • Alta dos preços dos alimentos (64%);
  • Equívocos na política econômica (56%);
  • Aumento de impostos (41%);
  • Violência urbana e insegurança (36%).

A insatisfação é reforçada pelo dado de que 93% dos entrevistados acreditam que a política econômica do governo está na direção errada.

Risco de recessão e previsões para a economia

A pesquisa também revelou que 83% dos agentes financeiros esperam uma piora na economia nos próximos 12 meses. Além disso, 58% acreditam que o Brasil corre risco de entrar em recessão ainda em 2025.

Outras previsões do mercado incluem:

  • 82% acreditam que a inflação será maior que em 2024;
  • 87% esperam aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic;
  • 51% projetam que o PIB crescerá entre 1,51% e 2% este ano.

Gestão de Galípolo no Banco Central tem avaliação positiva

Enquanto Haddad e Lula enfrentam forte reprovação, Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central, tem uma recepção mais favorável no mercado. Segundo a pesquisa:

  • 45% aprovam sua gestão;
  • 41% consideram regular;
  • Apenas 8% avaliam de forma negativa.

A maioria (58%) considera que ainda é cedo para avaliar sua atuação, mas entre os que já formaram opinião, 38% acreditam que ele tem tomado decisões técnicas, enquanto apenas 5% veem interferências políticas.

Lula em 2026: mercado não o vê como favorito

A pesquisa também apontou que 60% dos entrevistados acreditam que Lula será candidato à reeleição em 2026. No entanto, 66% não o consideram o favorito na disputa.

O levantamento da Genial/Quaest confirma que o mercado financeiro está cada vez mais cético em relação à condução econômica do governo, apontando um desafio crescente para Haddad e Lula nos próximos meses.

OS GRÁFICOS

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