MPPE APONTA ‘LACUNAS’ EM INQUÉRITO SOBRE INVESTIGAÇÃO DE GUSTTAVO LIMA E DEOLANE
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) se manifestou pela primeira vez sobre a Operação Integration, que investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado a jogos ilegais e inclui entre os investigados Gusttavo Lima e Deolane Bezerra. Segundo o promotor Roberto Brayner, que coordena o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o inquérito apresenta “lacunas” que precisam ser preenchidas para avançar.
Brayner destacou a necessidade de aprofundar as investigações sobre a empresa Esportes da Sorte e seus sócios, apontados como suspeitos de mesclar recursos de origem ilícita com atividades legais. “Há movimentações financeiras significativas, inclusive no exterior, que podem configurar crimes como sonegação fiscal ou evasão de divisas”, afirmou.
BLOQUEIO DE MILHÕES NO EXTERIOR
Documentos da investigação indicam que contas internacionais vinculadas à Esportes da Sorte movimentaram 485 milhões de euros em um ano. Dois bancos no Reino Unido bloquearam 29 milhões de euros, em valores distribuídos entre o Capital International Bank, nas Ilhas Man, e o One UK, na Inglaterra.
A polícia afirma que a empresa foi usada para lavar dinheiro do crime organizado, enquanto seus controladores, os irmãos Darwin Henrique e Marcela Tavares, são acusados de criar empresas em paraísos fiscais, como Luxemburgo, para ocultar recursos.
EMPRESA REBATE ACUSAÇÕES
Em nota, a Esportes da Sorte afirmou que os valores bloqueados foram declarados ao Banco Central e são fruto de atividades legais. A empresa negou qualquer ocultação de patrimônio e questionou a divulgação de informações sigilosas da investigação.
PRÓXIMOS PASSOS
A juíza Andréa Calado, da 12ª Vara Criminal de Pernambuco, determinou que o caso fosse encaminhado à Procuradoria-Geral de Justiça do estado. O MPPE aguarda mais diligências e a análise completa dos dados bancários e fiscais antes de concluir seu parecer.