Mulheres trans são presas por extorsão a homens atraídos em APP de namoro

Três mulheres trans, com idades entre 24 e 29 anos, foram presas por extorquir, ameaçar e agredir homens através de um aplicativo de relacionamento gay. Um quarto membro do grupo, um homem de 21 anos, está foragido e é alvo de mandado de prisão. Pelo menos duas vítimas registraram queixa, mas a Polícia Civil de Pernambuco acredita que há outras vítimas não denunciadas e pede que se procure a delegacia.

As prisões ocorreram no dia 13 de julho e foram divulgadas na terça-feira (30). Duas detenções foram em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, e a terceira em Canguaretama, no Rio Grande do Norte, a cerca de 77 quilômetros de Natal. A operação, denominada “Flerte Fatal”, contou com a colaboração da Polícia Civil potiguar.

Os criminosos usavam perfis falsos no aplicativo, com fotos de outros homens e apelidos como “novinhosigilo21” e “sigiloso21”. A descrição dos perfis indicava preferência por homens casados, atraindo vítimas específicas. Uma vez que as vítimas chegavam aos locais combinados, eram agredidas e extorquidas quando se despiam.

As mulheres trans invadiam os quartos das vítimas, filmavam as cenas e faziam ameaças, exigindo dinheiro para não divulgar os vídeos. Uma das vítimas relatou ter sido ameaçada com um cão da raça pitbull e enfrentado até seis horas de terror.

Os criminosos forçavam as vítimas a realizar transferências bancárias e Pix, além de tentarem empréstimos e fazerem compras com cartões de crédito das vítimas, causando prejuízos de até R$ 20 mil. Após a extorsão, continuavam ameaçando as vítimas com a divulgação dos vídeos.

A delegada Euricélia Nogueira informou que uma das mulheres confessou o modus operandi do grupo, revelando que o esquema gerava um lucro de até R$ 40 mil mensais para cada membro. Ela também usava a chave Pix da mãe para realizar as transações.

As três presas foram autuadas por formação de quadrilha e extorsão mediante cárcere privado, e foram encaminhadas diretamente ao sistema prisional após a operação, que cumpriu três mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. O homem foragido tem uma longa ficha criminal e é procurado pela polícia.

A delegada Nogueira pediu que outras vítimas se apresentem à delegacia para ajudar a apurar todos os crimes cometidos pelo grupo, garantindo que seus nomes não serão revelados e que não serão julgadas.

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