Pães de forma têm álcool e bafômetros podem detectar, diz estudo

Comer duas fatias de pão de forma pode ser suficiente para reprovar no teste do bafômetro, conforme análise realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste. Entre as marcas testadas, Visconti, Bauducco e Wickbold 5 Zeros apresentaram resultados que podem interferir no exame de alcoolemia.

A avaliação da Proteste incluiu também as marcas Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve, Panco, Seven Boys, Plusvita e Pullman. Dessas, apenas Plusvita e Pullman foram aprovadas em todos os testes de identificação de teor alcoólico.

Segundo a legislação, o teor máximo de etanol permitido em alimentos é de 0,5%. A marca Visconti apresentou um nível mais de seis vezes superior a esse limite. A Proteste sugere que produtos com tais níveis de álcool deveriam exibir um aviso de “contém álcool”.

Se os pães fossem categorizados como bebidas alcoólicas, seis marcas seriam consideradas alcoólicas. A análise destaca que se os produtos Visconti, Bauducco, Wickbold 5 Zeros, Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve, Panco e Seven Boys fossem medicamentos fitoterápicos, necessitariam de uma advertência alcoólica, já que seus níveis de álcool ultrapassam a dose permitida para crianças.

Por que Tem Álcool no Pão?

A fabricação de pães envolve a formação de álcool etílico, que normalmente evapora durante o processo de cozimento. No entanto, níveis elevados de álcool podem ser encontrados porque algumas indústrias utilizam conservantes diluídos em álcool para evitar o mofo e preservar a integridade do produto, segundo a Proteste.

“Embora a legislação brasileira permita o uso de algumas substâncias nos alimentos, é necessário que algumas normas sejam revistas para assegurar que o etanol residual não cause problemas aos consumidores”, afirma Henrique Lian, diretor executivo da Proteste.

A Proteste enviou um ofício com os resultados dos testes ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A entidade sugere um limite máximo de álcool nos alimentos, como 0,5%, e a implementação de ações de fiscalização após a regulamentação.

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