PF INVESTIGA SAQUES DE R$ 14 MILHÕES DENTRO DA ALEPA EM ESQUEMA DE PROPINA

Polícia Federal apura um esquema milionário de corrupção envolvendo a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Documentos da Operação Expertise, deflagrada em setembro, revelam que cerca de R$ 14 milhões foram sacados em apenas três meses em uma agência bancária instalada dentro da própria Alepa, com o objetivo de repassar valores a servidores corruptos ligados ao Legislativo estadual.

Segundo a investigação, os saques feitos em espécie eram entregues dentro das dependências da Assembleia, o que facilitava o repasse das propinas e reduzia riscos de fiscalização. Para a PF, isso demonstra que “a maior fatia do bolo da propina” das empresas investigadas tinha como destino servidores da Casa.

O esquema fazia parte de um circuito de contratos fraudulentos com órgãos públicos, como o Detran e a Polícia Científica do Pará, em que licitações eram direcionadas para beneficiar empresas específicas. Após a liberação dos recursos, o dinheiro era sacado e redistribuído a autoridades.

Entre as companhias investigadas está a Líder Engenharia, que movimentou R$ 198 milhões entre 2018 e 2025, dos quais R$ 101 milhões foram sacados em espécie. Dois sócios da empresa, Jacélio Faria da Igreja e Alberto Furtado Pinheiro, tiveram a prisão preventiva decretada. Ambos são suspeitos de operar os repasses de propina a servidores e políticos.

A PF também apreendeu dinheiro vivo e joias durante as buscas.

Defesa e silêncio das autoridades

A defesa de Jacélio negou qualquer irregularidade e disse que as movimentações financeiras apontadas pelo Coaf não comprovam ilegalidade. Já a Alepa, o governo do Pará, o Detran e a Polícia Científica não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

🔎 Linha do tempo do escândalo na Alepa

📌 2018 – 2025

  • Empresa Líder Engenharia movimenta R$ 198,3 milhões em contratos com órgãos públicos.
  • Do total, R$ 101,7 milhões são sacados em espécie.

📌 Junho – Agosto de 2025

  • Em apenas três meses de funcionamento da agência bancária dentro da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), são feitos saques de R$ 14 milhões.
  • Valores, segundo a PF, eram repassados a servidores da Casa como propina.

📌 Setembro de 2025 – Deflagração da Operação Expertise

  • PF investiga contratos fraudulentos da Alepa, Detran e Polícia Científica do Pará.
  • Mandados de prisão preventiva contra empresários Jacélio Faria da Igreja (Líder Engenharia) e Alberto Furtado Pinheiro (Brasil Brasil e Fortes Comércio).
  • Apreensão de dinheiro e joias durante as buscas.

📌 Investigações em andamento

  • PF aponta que esquema usava a própria estrutura da Alepa como “blindagem” para movimentar o dinheiro.
  • Suspeita é de que a “maior fatia do bolo da propina” ia para servidores do Legislativo estadual.
  • Alepa, governo do Pará e empresas citadas ainda não se pronunciaram.

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