💣 Lula Reproduz Crise de Dilma: Juros de Títulos Públicos Batem Nível da Era do Impeachment
🚨 Taxa real acima de 7% já dura quatro meses e acende alerta vermelho sobre a dívida pública

BRASÍLIA — O governo Lula enfrenta um sinal preocupante do mercado financeiro: há quatro meses consecutivos, os títulos públicos com vencimento em cerca de dez anos estão sendo vendidos com juros reais acima de 7% — patamar semelhante ao vivido no auge da crise do segundo mandato de Dilma Rousseff (2015–2016), que culminou em seu impeachment.
A taxa elevada é um reflexo direto da desconfiança dos investidores em relação à saúde fiscal do país. Especialistas apontam que esse nível de juro real evidencia uma expectativa de endividamento crescente e incapacidade de reversão do déficit público no curto e médio prazo.
🔍 Em números:
- O Tesouro IPCA+ 2032 foi vendido a 7,84% em abril.
- O Tesouro IPCA+ 2035 atingiu 7,57%.
- Em 2023, esses mesmos papéis chegaram a ser negociados a 5,45%.
“Hoje essa taxa não reflete incerteza, mas a certeza de que o arcabouço fiscal não vai funcionar como deveria”, diz Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro e economista da ASA Investments.
📉 Comparação com Dilma Rousseff
Durante o segundo governo Dilma, os títulos também chegaram a ultrapassar os 7% por seis meses seguidos, entre agosto de 2015 e fevereiro de 2016, em meio a crises política, econômica e fiscal. A queda das taxas só veio após o avanço do processo de impeachment no Congresso Nacional.
A diferença, agora, segundo analistas, é que o cenário de juros altos pode durar ainda mais tempo — e sem uma ruptura política que altere a trajetória atual.
🏦 Endividamento em Alta
Com a dívida pública bruta próxima de 76% do PIB, o governo continua gastando mais do que arrecada, sem apresentar medidas concretas de ajuste fiscal. O último pacote anunciado em dezembro foi considerado tímido e insuficiente pelo mercado.
Desde então, a venda de títulos se tornou mais difícil, e o Tesouro tem pago mais caro para se financiar — o que pressiona ainda mais o orçamento federal.
“Até 2027, não veremos mudanças estruturais. O governo aposta no consumo e deixa o investimento e a produtividade de lado”, critica Julio Ortiz, CEO da Cx3 Investimentos.
🛑 Corte de Gastos Fora da Agenda?
Analistas do setor financeiro avaliam que o governo Lula abandonou a agenda de austeridade. A prioridade agora seria ampliar isenções no Imposto de Renda, criar programas de crédito e estimular o consumo das famílias — medidas que agradam eleitoralmente, mas pressionam ainda mais a trajetória da dívida pública.
“O governo deixou claro que reeleição vem antes do ajuste fiscal”, conclui Ortiz.