Alexandre de Moraes inicia inquérito secreto sobre vazamento de mensagens

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), instaurou um inquérito sigiloso para apurar o vazamento de mensagens trocadas entre assessores de seu gabinete e ex-colaboradores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como parte das investigações, a Polícia Federal intimou o perito Eduardo Tagliaferro a prestar depoimento sobre o vazamento de mensagens de seu celular. O depoimento está agendado para esta quinta-feira (22) na sede da Polícia Federal em São Paulo. A defesa de Tagliaferro solicita “acesso total e irrestrito” ao processo, que tramita sob sigilo no STF, e também pede o adiamento da audiência.

Tagliaferro liderou o setor de combate à desinformação do TSE durante a presidência de Moraes e deixou o cargo em maio de 2023, após ser preso sob suspeita de violência doméstica contra a esposa.

O inquérito foi aberto após a “Folha de S.Paulo” noticiar que o gabinete de Moraes no STF teria solicitado, de maneira informal e não oficial, a produção de relatórios pelo TSE para sustentar decisões do ministro contra bolsonaristas no inquérito das fake news, em 2022.

O gabinete de Moraes afirmou que todas as ações relacionadas à investigação de bolsonaristas pelo TSE foram conduzidas de maneira regular e devidamente documentada.

No documento enviado ao ministro na tarde desta quarta-feira (21), a defesa de Tagliaferro expressou surpresa com a abertura da investigação e a intimação para o depoimento de quinta-feira. O advogado Eduardo Kuntz, que representa o perito, requisita ao ministro “acesso total e irrestrito” para que Tagliaferro possa esclarecer os “fatos ainda desconhecidos”. Kuntz também solicita o adiamento do depoimento devido ao curto prazo para a revisão do processo.

A defesa reafirma a disposição de Tagliaferro para colaborar com as investigações e comparecer a todas as convocações.

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