Empresas criticam nova MP que restringe uso de créditos tributários
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No próximo dia 20, data de vencimento das contribuições previdenciárias, as empresas brasileiras enfrentarão as novas regras estabelecidas pela Medida Provisória (MP) Nº 1.227/2024. Assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última terça-feira (4), a medida limita o uso de créditos tributários do PIS/Cofins e elimina o ressarcimento em dinheiro dos créditos presumidos. Esta medida não apenas aumenta a insegurança jurídica ao alterar novamente as regras tributárias, mas também agrava a tensão entre o governo e diversos setores econômicos.
O setor do Comércio, por exemplo, já está em desacordo com o governo devido à concorrência desequilibrada entre lojistas nacionais e grandes marketplaces, que podem vender produtos isentos de impostos de até US$ 50. Em entrevista à Patricia Raposo, na coluna Movimento Econômico, Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, criticou a medida: “Em vez de mexer com a tributação das empresas nacionais, o governo deveria tributar os importados”.
As novas regras também preocupam o setor agropecuário. De acordo com o advogado tributarista Eduardo Lourenço, em avaliação feita ao Agro Estadão, além de trazer insegurança jurídica, a medida aumenta a carga tributária e do custo, na exportação e na produção de alimentos internamente.
De acordo com uma nota da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, “a proposta encaminhada também traz prejuízos para o setor produtivo, especialmente para o setor exportador e para a indústria de máquinas e equipamentos”.
A Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo também pede uma revisão do conteúdo da MP para não se agravarem ainda mais os problemas de competitividade do país e que têm, como consequência, o Custo Brasil de R$ 1,7 trilhão por ano, onerando as empresas brasileiras, impedindo um crescimento sustentável do país e uma presença mais efetiva nas cadeias globais de produção”
De acordo com a equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Medida Provisória (MP) pode resultar em um aumento de arrecadação de R$ 29,2 bilhões em 2024. Por outro lado, a manutenção da política de desoneração acarretará um custo de R$ 26,3 bilhões para os cofres públicos neste ano.
Com informações das Agências Câmara e Senado