Explosão no preço do cacau encolhe ovos de Páscoa e encarece chocolates
O preço do cacau quase triplicou no último ano, impactando diretamente a produção de chocolates e elevando os custos para os consumidores nesta Páscoa. Com a disparada dos preços, a indústria teve que se reinventar, reduzindo tamanhos e alterando a composição dos produtos para minimizar os reajustes.
O que está acontecendo?
🔹 Cacau em alta recorde: O preço da matéria-prima essencial para o chocolate subiu 189% nos últimos 12 meses, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). Em alguns momentos, a alta chegou a 282%.
🔹 Crise climática e doenças devastam lavouras: A África Ocidental, que responde por 70% da produção mundial de cacau, enfrentou períodos de chuvas e secas extremas, reduzindo drasticamente a oferta do fruto. Além disso, um fungo chamado Vascular Streak Dieback afetou plantações na Costa do Marfim e em Gana, dois dos principais fornecedores globais.
🔹 Chocolates brasileiros já sofrem impacto: Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), chocolates em barra e bombons subiram 16,5% no último ano—a maior alta registrada desde 2020.
🔹 Ovos de Páscoa mais caros e em menor quantidade: A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados) estima que a produção caiu 22,4% em relação ao ano passado, resultando em 13 milhões de ovos a menos nas prateleiras.
Indústria busca soluções para conter alta de preços
Com os custos em disparada, fabricantes e varejistas adotaram estratégias para evitar que o impacto no bolso do consumidor seja ainda maior.
💡 Redução de tamanho e mudanças na fórmula: A tendência da reduflação—reduzir a gramatura dos produtos sem alterar o preço—ganhou força no setor. Muitas marcas também diminuíram a quantidade de cacau nos chocolates, substituindo parte do ingrediente por outras composições.
💡 Mistura de ingredientes para equilibrar custos: Empresas apostam em novas combinações, como chocolate com biscoitos e outros elementos, para manter a atratividade dos produtos sem elevar tanto os preços.
💡 Supermercados antecipam vendas: Para driblar a queda no consumo, varejistas começaram a comercialização de ovos de Páscoa mais cedo neste ano, tentando minimizar as perdas.
O consumidor vai sentir no bolso
Mesmo com essas estratégias, a Páscoa será mais salgada para os brasileiros. Segundo especialistas, os preços dos chocolates devem subir cerca de 12% em relação a 2024.
“Vai ficar mais caro. O impacto do aumento do cacau na Páscoa já é uma realidade”, afirma Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados.
Além dos preços mais altos, a menor oferta e a alteração nas fórmulas dos chocolates podem afetar a experiência do consumidor, tornando esta uma das Páscoas mais caras dos últimos tempos.
