Ministro das Comunicações indiciado pela PF por desvio de Emendas Parlamentares

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi indiciado pela Polícia Federal em um inquérito que investiga suspeitas de desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação de ruas em Vitorino Freire, município do interior do Maranhão. O caso ganhou destaque pelo fato de a cidade ser administrada por Luanna Rezende, irmã do ministro, que foi afastada do cargo no ano passado e depois retornou.

A revelação do indiciamento foi feita pela Folha de São Paulo e confirmada pelo jornal O GLOBO. Em resposta, o Ministério das Comunicações emitiu uma nota em defesa de Juscelino, alegando que ele é vítima de acusações injustas e que sempre agiu de forma ética e responsável na utilização dos recursos públicos.

Em entrevista ao O GLOBO em fevereiro, o ministro expressou tranquilidade em relação às investigações e se colocou à disposição para prestar esclarecimentos. Ele ressaltou que cabe aos parlamentares indicar emendas, enquanto a execução e fiscalização são responsabilidades do Executivo e de órgãos de controle.

A emenda parlamentar em questão foi indicada por Juscelino quando ele era deputado federal e foi executada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) do Maranhão. Esse é o primeiro indiciamento de um ministro desta gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que 80% da estrada beneficiada pela emenda parlamentar favoreceu propriedades do ministro e de seus familiares na região. Esse relatório da CGU foi inicialmente divulgado pela Folha de S. Paulo.

O ministro defendeu a obra, afirmando que a pavimentação da estrada é uma demanda antiga da população de Vitorino Freire e que beneficia a comunidade ao facilitar o acesso a serviços básicos.

A pavimentação da estrada teve um custo de R$ 7,5 milhões e foi realizada pela construtora Construservice, cujo sócio oculto é o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como “Eduardo DP” ou “Imperador”. Relatórios da PF indicam possíveis vínculos entre Juscelino e uma suposta organização criminosa liderada por Eduardo DP, com base em mensagens encontradas no celular do empresário entre 2017 e 2020.

Fonte: O Globo

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