Recife possui baixo índice de transparência de dados públicos

Uma recente pesquisa realizada pela Open Knowledge Brasil apontou o Recife como uma das capitais brasileiras com baixo índice de transparência na divulgação de dados públicos. O estudo, apresentado em evento realizado na terça-feira (11) no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), analisou políticas públicas em diversas áreas, incluindo educação, saúde e cultura, com base na disponibilidade e na qualidade dos dados fornecidos pelas prefeituras e câmaras municipais.

A capital pernambucana, apesar de sua baixa pontuação, ficou em terceiro lugar no ranking nacional, conforme os resultados revelados durante o evento. Os pesquisadores examinaram 15 áreas de políticas públicas, destacando a importância da disponibilidade e acessibilidade dos dados para a avaliação e acompanhamento das políticas governamentais. Segundo a metodologia adotada, um dado é considerado aberto quando pode ser livremente acessado e compartilhado por qualquer pessoa.

A pontuação atribuída segue uma escala de 0 a 100, dividida em cinco níveis de abertura, variando de opaco a alto. Danielle Bello, coordenadora de Pesquisa da Open Knowledge Brasil, destacou que a maioria das capitais brasileiras, incluindo 21 das 26 analisadas, está classificada no nível mais baixo de abertura do índice, denominado “opaco”.

No Recife, áreas como legislação e habitação foram as mais prejudicadas, obtendo pontuação zero, enquanto cultura registrou apenas 18 pontos. Outros setores, como assistência e desenvolvimento social, educação e esporte e lazer, também apresentaram desempenho considerado baixo.

O estudo detalha as deficiências em cada área, identificando a falta de informações e acesso a dados sobre leis vigentes, proposições legislativas e temas como habitações irregulares e programas de moradia popular, especialmente nos segmentos de legislação e habitação.

Por outro lado, setores como meio ambiente, saúde e finanças públicas foram os únicos a receberem avaliações consideradas boas, com pontuações de 73, 67 e 61, respectivamente.

Rodrigo Brayner, secretário executivo da Controladoria do município, reconheceu a importância do índice de dados abertos como uma ferramenta para aproximar a população das decisões públicas. Ele destacou o compromisso da administração municipal em melhorar a transparência e a acessibilidade dos dados, salientando a abertura para sugestões de melhorias por parte da sociedade civil.

Confira o ranking geral de transparência entre as capitais brasileiras:

  1. São Paulo — 48 pontos (índice médio)
  2. Belo Horizonte — 47 pontos (índice médio)
  3. Recife — 38 pontos (índice baixo)
  4. Curitiba — 27 pontos (índice baixo)
  5. Fortaleza — 26 pontos (índice baixo)
  6. Porto Alegre — 20 pontos (índice opaco)
  7. Vitória — 19 pontos (índice opaco)
  8. Rio de Janeiro — 16 pontos (índice opaco)
  9. Salvador — 13 pontos (índice opaco)
  10. Porto Velho — 9 pontos (índice opaco)

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