Após sofrer golpe do PIX, 37% dos clientes mudam de banco, diz pesquisa

O sistema de transações bancárias instantâneas, disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, trouxe uma nova era de praticidade para os usuários. Entre esses métodos, o Pix destaca-se por sua conveniência incomparável. No entanto, essa facilidade também tem atraído a atenção de criminosos, que utilizam diversas estratégias fraudulentas, como QR Codes falsos, Mão Fantasma e GoPix, para enganar os usuários. Essas práticas foram recentemente identificadas por empresas de cibersegurança.

Um estudo da Data Rudder revelou que, entre os usuários do Pix que caíram em golpes, 37% optaram por trocar de banco após o fato, enquanto 31% relataram uma queda na confiança na instituição financeira. Dentre aqueles que permaneceram com o mesmo banco, 50,4% afirmaram que considerariam mudar de instituição se sofressem um novo golpe. Além disso, 63% dos entrevistados acreditam que a responsabilidade pela prevenção e combate a fraudes deve ser das instituições financeiras.

Rafaela Helbing, CEO da Data Rudder, destaca que o maior desafio para as instituições não é apenas o valor monetário das fraudes, mas o impacto na confiança dos clientes. “A segurança percebida pelos clientes deve ser uma prioridade para os prestadores de serviço. Embora os mecanismos antifraude estejam em operação, sua eficácia é vital para a proteção do ecossistema financeiro”, afirma Helbing.

De acordo com a análise, 80% dos entrevistados realizaram pelo menos um Pix no último ano. Entre os que ainda não adotaram o sistema, 14% evitaram utilizá-lo por medo de fraudes. Os golpes via Pix geralmente envolvem técnicas de engenharia social, onde os golpistas enganam os indivíduos para obter informações confidenciais e realizar transações indevidas. Uma em cada seis pessoas relatou ter sido vítima de um golpe via Pix, e cinco em cada oito conhecem alguém que passou por essa experiência.

A pesquisa identificou que a abordagem via WhatsApp é a mais comum entre as fraudes. A maioria das perdas financeiras está entre R$ 50 e R$ 300 (40%), mas 23,8% dos casos envolvem valores superiores a R$ 1.000, chegando até R$ 20.000. Apenas 45% dos entrevistados receberam algum tipo de atendimento após o golpe, e 28,7% consideraram a experiência negativa.

Desde novembro de 2021, as instituições financeiras utilizam o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que facilita o reembolso em casos de fraude ou falha operacional. Segundo o Banco Central, os pedidos de devolução podem ser feitos até 80 dias após a fraude. Se a instituição considerar o caso válido, os recursos são bloqueados e o reembolso pode ser efetuado em até 96 horas.

Apesar dessa medida, a pesquisa apontou que 46% dos clientes não conseguiram recuperar os valores perdidos, enquanto 32,2% recuperaram a quantia integralmente e 21,8% apenas parcialmente.

Helbing observa que a popularização do Pix mudou o perfil das fraudes. “Com a TED ou DOC, o processo era mais lento, dando tempo para detectar e cancelar operações suspeitas. Agora, as táticas de engenharia social, que manipulam os usuários, estão em ascensão”, conclui.

A pesquisa da Data Rudder foi realizada pela Opinion Box com 1.106 pessoas, entre 18 e 65 anos, em todo o Brasil.

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