Dez mortes de crianças por SRAG são confirmadas em Pernambuco; Há falta de UTI

Dez mortes de crianças com até 9 anos de idade devido à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram confirmadas em Pernambuco neste ano, conforme dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). O estado enfrenta um cenário crítico, exacerbado pela escassez de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinadas à pediatria e neonatologia.

Segundo a SES, no período de janeiro a abril de 2023, foram registrados 39 óbitos. Em depoimento à TV Globo, mães e avós de pacientes compartilharam experiências angustiantes enquanto aguardavam por um leito. Uma das entrevistadas, Érika Pereira, residente em Goiana, relatou a perda de seu filho, Ryan David, de apenas seis meses, por bronquiolite, no Hospital Belarmino Correia, unidade estadual situada na Zona da Mata Norte.

Érika descreveu dias de aflição na unidade hospitalar, onde enfrentou a falta de estrutura para seu filho. O bebê deu entrada no hospital apresentando tosse e cansaço, sendo posteriormente encaminhado para a Sala Vermelha, onde necessitou de intubação e, infelizmente, veio a falecer após uma parada cardíaca.

Diante desses acontecimentos, a SES anunciou a abertura de um procedimento interno para investigar as circunstâncias dos óbitos. Enquanto isso, a lista de espera por leitos de UTI pediátrica conta com cerca de 100 crianças, destacando a urgência do problema.

A situação é ilustrada pelo caso de Sophia, de apenas três meses, internada desde 15 de maio no Hospital Pediátrico Helena Moura, no Recife, devido a pneumonia. A avó da criança, Valdinete Escocio, expressou sua preocupação com a falta de vagas em UTIs e agravamento do quadro de saúde da neta, destacando as dificuldades enfrentadas pela prematuridade da criança.

Em resposta à crise, a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, reconheceu os desafios decorrentes da escassez de médicos pediatras e especialistas, fator que tem contribuído para a indisponibilidade de leitos. Contudo, Tadeu Calheiros, diretor do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), criticou a falta de diálogo e medidas preventivas eficazes por parte do governo, ressaltando a importância de concursos públicos para suprir a demanda de profissionais e evitar crises emergenciais como a atual.

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